Nos relatórios
anuais, legibilidade muitas vezes não é explicitamente considerado um problema,
como poderia ser visto antes (Relatórios para o público interno e externo -
Parte I). Às vezes até surge a impressão de que a real transparência das
informações para os stakeholders não é tão importante. Para melhorar a
comunicação e particularmente no caso de relatórios podemos aplicar como uma
possibilidade o conceito de notação. Este conceito facilmente pode ser transferido
em grande parte para os projetos de relatórios anuais.
O conceito de
notação de Rolf Hichert traz a legibilidade da informação para o foco da
atenção dos acionistas. Hichert leva o conceito para a curta fórmula chamada de
SUCCESS. Na sigla cada letra significa uma expressão em inglês com o seguinte
significado:
SAY Dizer - Transmite a mensagem
UNIFY Unificar - Unifique a importância
CONDENSE Condensar – Condense as informações
CHECK Verificar – Garante a exibição correta das informações em gráficos
ENABLE Realizar - Implemente o conceito de notação
SIMPLIFY Simplificar - Evite a redundância
STRUCTURE Estruturar – Organize as informações de forma homogênea
sem qualquer sobreposição de conteúdo
Quais requisitos existem no projeto do desenho de gráficos ou
tabelas?
A lista
das exigências básicas para o projeto de relatórios corporativos
Numa segunda fase de um SUCCESS 2.0, Rolf Hichert introduziu uma classificação dos sete grupos de regras e organizou-as conforme suas características em três camadas:
A primeira camada é composta por exigências bem gerais como SAY e STRUCTURE. Para os endereçados o conteúdo deve ter uma mensagem legível e deve ser bem estruturado.
Na segunda camada encontramos as exigências UNIFY, CONDENSE e SIMPLIFY. Através da realização destas três regras será mais fácil de concluir as exigências do SAY e STRUCTURE. UNIFY, CONDENSE e SIMPLIFY seguem principalmente um conceito visual.
CHECK e ENABLE compõem as exigências da terceira camada: Em princípio estes dois grupos de regras não se referem diretamente a composição de um relatório ou uma apresentação (SAY e STRUCTURE), e nem no seu desenho visual (UNIFY, CONDENSE e SIMPLIFY). CHECK e ENABLE se referem a qualidade do conteúdo, especificamente a qualidade dos dados utilizados (CHECK) também como a realização prática das regras SUCCESS numa empresa.
O conceito dos sete grupos de regras com suas 119 regras em total é bem ilustrado através do seguinte pôster dos SUCCESS Rules. Através das ilustrações fica claro como as exigências da leitura na elaboração de um relatório anual podem ser atendidos com as normas do método SUCCESS.
A primeira camada é composta por exigências bem gerais como SAY e STRUCTURE. Para os endereçados o conteúdo deve ter uma mensagem legível e deve ser bem estruturado.
Na segunda camada encontramos as exigências UNIFY, CONDENSE e SIMPLIFY. Através da realização destas três regras será mais fácil de concluir as exigências do SAY e STRUCTURE. UNIFY, CONDENSE e SIMPLIFY seguem principalmente um conceito visual.
CHECK e ENABLE compõem as exigências da terceira camada: Em princípio estes dois grupos de regras não se referem diretamente a composição de um relatório ou uma apresentação (SAY e STRUCTURE), e nem no seu desenho visual (UNIFY, CONDENSE e SIMPLIFY). CHECK e ENABLE se referem a qualidade do conteúdo, especificamente a qualidade dos dados utilizados (CHECK) também como a realização prática das regras SUCCESS numa empresa.
O conceito dos sete grupos de regras com suas 119 regras em total é bem ilustrado através do seguinte pôster dos SUCCESS Rules. Através das ilustrações fica claro como as exigências da leitura na elaboração de um relatório anual podem ser atendidos com as normas do método SUCCESS.
Fig.
1: As diferentes etapas do SUCCESS e sua aplicação na elaboração de gráficos
(Fonte: www.hichert.com)
Em primeiro lugar
trata-se de aumentar o poder explicativo. Gráficos, tabelas e diagramas devem
ser concebidos de modo que as informações possam ser lidas de forma rápida e o
mais fácil possível.
Fig.
2: SAY - Explicações em gráficos.
Fig. 3:
Posicione explicações diretamente no conteúdo do gráfico ou tabela
A informação pode
ser entendida se os significados dos objetos (por exemplo, diagramas, símbolos,
cores) são aplicados uniformemente. Nesta leitura, os mesmos objetos têm o
mesmo significado. Em contraste, diferentes assuntos ou situações, tais como número
de funcionários empregados ou valor faturado são representados diferentemente.
Na comunicação corporativa por exemplo a representação de tipos de dados,
cenários etc. já tem sido amplamente aceito. Diferenciar dados em realizado,
orçado, budget, previsto, simulado etc é básico no dia-a-dia nas gerencias e
diretorias das organizações.
Fig.
4: Tipos de dados diferem em tabelas e gráficos
O primeiro ponto
importante é a diferenciação entre cenários. De acordo com esta abordagem tanto
em tabelas e em gráficos pode ser facilmente diferenciado em uma vista só a informação
entre o ano anterior (cinzento) e do ano atual (preto) nos relatórios internos.
No entanto, para as demonstrações de relatórios externos a apresentação de orçamento
e previsão geralmente é raro. Mesmo assim, a diferenciação comum nos gráficos e
tabelas é textual. Pouco se usa formas e cores para distinguir.
Fig.
5: Elementos do gráfico como títulos, colunas, eixos, números devem ser unificados
Fig. 6:
Elementos da tabela, como cabeçalhos, linhas e colunas devem ser unificados
Em muitos
relatórios anuais, por exemplo, a leitura é dificultada, porque as linhas de
tempo são mostradas de forma diferente em itens subsequentes, como já foi
mencionado na Parte I desta série no caso dos relatórios anuais da BrasilFoods
e EDP Energia.
Além disso, a
necessidade de densidade de informação nos relatórios anuais frequentemente é dada
muito pouco peso. Isto é surpreendente, pois devido ao tamanho de muitos
relatórios anuais, os leitores devem apreciar muito uma curta, concisa e
informativa apresentação das informações.
Fig. 7:
Melhor juntar varios gráficos em uma folha. Aumenta conteúdo de informação e
facilita a leitura
Na prática há por
outro lado os argumentos daqueles que elaboram os relatórios anuais dizendo que
mais transparência não é desejável, pois isso iria revelar muita informação de
uma empresa. Mas a questão não é a transparência, mas a apresentação da
informação e seu fácil acesso. Ao invés de facilmente identificar uma certa
estrutura de dados o leitor gasta muita tempo de identificar uma evolução na
analise de um limitado gráfico de pizza ou pior, em dois usados para a
comparação de dois anos, ao invés de ler num gráfico de colunas com todos os dados
dos respectivos periódos em linha de tempo. Mais adiante vamos ver alguns belos
exemplos usados nos relatórios anuais quando tratamos da critica dos casos
reais.
Outro incômodo são os
gráficos individualmente escalonados. Para que possam ser identificados e
comparados os diferentes tamanhos, os leitores são forçados a se orientar sempre
nas legendas e escalas. Mas, mesmo nesse aspecto, existem melhores soluções. É
importante, por exemplo, de poder identificar as diferentes escalas num instante.
E em casos onde por exemplo, o uso de diferentes escalas como na apresentação de
uma nova e menor unidade de negócio de uma empresa, uma escala ampliada é
necessária, uma faixa de zoom e exibida em cores pode ser introduzida.
Fig. 8:
Quando inevitável, o uso de diferentes escalas com barra de escala é
recomendada.
Além disso, existe
entre os designers de diagramas a tentação de cortar as escalas e conseguir entre
os leitores uma desejada ou direcionada leitura dos conteúdos ou até desviar
com estes efeitos a atenção do leitor ou pôr em luz melhor fatos desagradáveis.
No entanto, nos casos de escalas cortadas trata-se de uma manipulação clara de
leitores. O melhor exemplo de tudo isso é quando o gráfico de coluna do lucro
tem o mesmo tamanho do gráfico de faturamento, que de fato ocorre em quase
todos os relatórios anuais.
Fig.
9: A visualização correta evita falsas impressões.
Para o problema com
as escalas, no entanto, existem soluções criativas, como pode ser visto no
exemplo do relatório anual da Swiss Post.
Fig. 10:
No Swiss Post, todos os valores são escalados de forma igual, ou seja, 1 bilhão
CHF correspondem a 20 mm. (Fonte: Swiss Post, Financial Report
2012, pág. 26)
Para completar a
lista de exigências da elaboração e apresentação de relatórios bastante
legíveis temos que levar em consideração a muitas vezes não-conformidade de
definição de diversos entidades de negócio. Pois, pela definição um relatório
só pode ser classicamente legível se existir uma estrutura coerente, isto é a
apresentação de conteúdo similar, distinto e sem sobrepostos e em termos de
informação em si exaustiva.
No entanto, podemos
concluir que num crescente número de casos de relatórios anuais o aspecto do tratamento
legível das séries de dados está sendo resolvido cada vez mais satisfatório.
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