sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Gráficos que atendem

As mensagens chave para os executivos são escondidas em montanhas de dados cada vez mais complexos. A apresentação legível deles requer uma excelente visualização.
Não faz muito tempo, que a visualização de dados não era mais que um bom artifício. Algo para os gestores com um carinho especial por gráficos e dados. Hoje porém, nenhum líder consegue trabalhar sem, pois muitos relacionamentos só podem ser descobertos através de um processamento visual. A força motriz por trás deste desenvolvimento são dados. Decisões de negócios baseiam-se cada vez mais na informação que vem tão rapidamente e em tal maciço volume sobre nós que, sem um certo grau de abstração, por exemplo através da visualização, seriamos incapaz de compreender-la No comércio eletrônico por exemplo após um dia de serviço um gerente de sortimento tem tantos diferentes tipos de cliques com as mais diversas ações associadas a eles na sua base de dados que o volume de dados supera muitas vezes o conteúdo de uma completa enciclopédia britânica. Categorizar , analisar, identificar tendências e anomalias e tomar decisões em cima destas montanhas de dados é quase impossível de realizar sem visualização.
Dados não-estatísticos também devem ser processados visualmente. Sistemas complexos, tais como fluxos de trabalho corporativos ou a maneira como os clientes se movem numa loja, por exemplo podem ser dificilmente entendidos sem visualização, e muito menos pensando em otimização.
Graças à internet e do número crescente de ferramentas de software de baixo custo hoje em dia qualquer um pode criar visualizações - mesmo sem conhecimentos específicos em processamento de dados ou elaboração de gráficos. Em princípio trata-se de uma evolução positiva. Ela tem apenas uma desvantagem: Ela promove a tendência de irrefletidamente criar com apenas alguns cliques diagramas e gráficos, sem ter previamente definido a direção e o objetivo claro da ação. O conveniente e confortável substituí o bom resultado: Os gráficos na maioria são suficientes, na pior das hipóteses, ineficazes. Quem transforma automaticamente as células de uma tabela num gráfico, apenas visualiza uma parte de uma tabela, mas nenhum conceito.
Para os especialistas em apresentação o gráfico reflete uma situação de ação humana, cujo conteúdo podemos transmitir para o público através de mensagens, indicadores, destaques, comentários e muitos outros meios de visualização. Mensagens como "Os nossos resultados financeiros pioraram no terceiro trimestre." não funcionam adequadamente, mas quando a mensagem é: “Nosso melhor cliente deixou de comprar 5 produtos no valor de XY em agosto por falta de ....” chama a atenção de todo mundo.
Se os gestores querem criar melhores gráficos, muitas vezes eles começam a aprender regras a partir de perguntas como: Quando eu uso um gráfico de barras? Quantas e quais cores posso usar no máximo? Onde sai a lenda? Eu tenho que começar meu eixo Y em zero? Uma gramática de visualização é importante e útil e um passo necessário para fazer bons gráficos. Mas sem a clareza sobre o qual mensagem e que impacto o gráfico deveria causar e assim como organizar a informação o objetivo de ajudar na tomada de decisões não será alcançado. Seria como comprar um bilhete e deixar o destino em aberto.




sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Six is more than one – Gráficos múltiplos em apresentações financeiras

Relatórios anuais, documentos CVM / SEC, apresentações corporativas, teleconferências, apresentações de resultados trimestrais, fichas técnicas - no mundo das empresas públicas encontramos uma grande quantidade de produtos de comunicação com a finalidade básica de informar e ajudar a tomada de decisões.
A maioria das publicações é feita de texto, tabelas e estatísticas a fim de cumprir os requisitos formais das autoridades legais e dos acionistas.
Encontramos mais fotos, representações gráficas e tabelas de dados em documentos como os relatórios anuais, resultados de ganhos trimestrais e apresentações corporativas emitidas para investidores e ao público interessado. Como na maior parte todos esses documentos estão disponíveis ao público na parte de relações investidores das homepages das empresas, eles geralmente cobrem períodos de vários anos e assim podem ser facilmente comparados. Em geral é muito interessante ver como as empresas se comportam quando se trata da visualização de informações, especialmente informações financeiras, pois podemos afirmar, que a maioria deles ainda encontra se entre os extremos de "obra de arte" e "concepção técnica pura".
No caso seguinte, queremos mostrar como a informação financeira é visualizada em relatórios de hoje e se ou em que medida satisfazem os requisitos de normas de visualização como por exemplo aquelas da IBCS Association (www.ibcs-a.org).
Entendemos a necessidade de padrões de visualização em apresentações financeiras quando levamos em conta os objetivos básicos de comunicação empresarial - informar, a fim de tomar decisões. É por isso que a transparência, a leitura, compreensão, exatidão e credibilidade são de grande importância nesta área. Estamos convictos de que com a introdução de padrões de notação aumenta a transparência proporcionando compreensão e credibilidade. Quando estabelecemos regras para o projeto conceitual e visual de relatórios e apresentações  tornamo-los mais fáceis de entender através de mensagens claras, estrutura, elementos  gráficos significativos e uma densidade de informação mais elevado por página. E, se seguirmos as normas que apresentamos visualizamos a informação de uma forma completa, correta, confiável e comprovada, aumentando assim a credibilidade.
No seguinte caso em formato "antes e depois" queremos mostrar até que ponto corporações hoje aplicam algum tipo de padrões de notação em suas apresentações financeiras e como um gráfico compatível com as normas IBCS pode parecer.
O exemplo foi feita a partir do "1stQuarter 2016 Results" -Apresentação da CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) (CPFL Energia, 1Q16 Resultados - http://cpfl.riweb.com.br/), uma das maiores empresas de propriedade privada do setor energético brasileiro. Uma das razões pela escolha da CPFL foi o bom acesso aos documentos nas relações com os investidores e a quantidade satisfatória de material diferente durante um longo tempo.

Na próxima etapa, analisamos o nosso exemplo, confrontando-o com as regras SUCCESS notadamente SAY, UNIFY, CONDENSE, CHECK, EXPRESS, SIMPLIFY, STRUCTURE (www.hichert.com).





A breve análise do exemplo gráfico resultou em algumas conclusões básicas:


1 Mensagem ausente
Usando uma mensagem que compreende uma frase toda ajuda o leitor a entender mais rapidamente o problema e guiá-lo diretamente para o ponto de interesse.
2 Posicionamento de lendas
Se posicionar a legenda junto ao objeto gráfico proporciona uma melhor orientação para o leitor.
3 Orientação da catarata: Estrutura em função do tempo
Em nosso caso, o gráfico deve ser girado em 90 graus para formar uma catarata estrutural. Elas são organizadas de forma vertical e apenas cataratas apresentando séries temporais são horizontais.
4 Tipo de gráfico
O uso de gráficos de pizza é muito controversa. No nosso caso nós preferimos gráficos de barras, uma vez que facilitam a leitura e ocupam menos espaço.
5 Escalonamento
Um dos aspectos mais importantes da IBCS rege a relação de escala. Se nós não usamos a mesma escala para as mesmas medidas transmitimos uma imagem distorcida das relações reais de dados, tornando-o impossível de compará-los e, assim, nos levar a decisões erradas.
6 Tipo de gráfico
Em relação ao gráfico número 5 entendemos a intenção do designer para mostrar uma certa tendência para duas medidas. Neste caso, sugerimos usar uma representação de linha em vez de colunas para uma melhor leitura.
7 Cenários
Ao trabalhar com períodos de tempo podemos normalmente distinguir a linha do tempo em passado, presente e futuro. Neste caso devemos introduzir este fato também em nosso gráfico com marcadores de cenário.
8 Ruídos
Consideramos como "ruído" elementos desnecessários, como logotipos, formatação de fundo etc. Nós podemos deixá-los fora, como eles não dão qualquer informação útil.
9 Efeitos 3D
Como efeitos 3D não contêm informação adicional útil podemos simplesmente deixá-los fora.
10 Utilização de cores
As regras IBCS sugerem uma utilização racional de cores. Cor, nesse caso, tem um significado e indica, por exemplo, situações especiais. Cenários, onde usamos preto e cinza, ou desvios usando verde e vermelho, círculos de comentário onde usamos formas de azuis ou determinadas colunas onde usamos diferentes tons de cinza estão seguindo um conceito de cor finamente definido com a finalidade de orientar o leitor.

De acordo com nossas conclusões anteriores foi elaborada com a ferramenta Zebra.BI (www.zebra.bi)a seguinte sugestão de um novo exemplo de diferente aparência mas mantendo a mesma informação. Uma atenção especial foi dada aos princípios Top-Ten IBCS (ver www.ibcs-a.org) como 1-Mensagens, 2-Titulos, 3-Tempo & estruture, 4-MECE (Estruturas Mutually Exclusive and Collectively Exhaustive), 5-Gráficos. 6-Rótulos, 7- Cenários, 8-Desvios, 9-Escalonamento e 10-Destaques.

1Q16 Results made with Zebra.BI according to SUCCESS rules

Em comparação com muitos outros exemplos de visualização, podemos ver no nosso caso "antes e depois" no exemplo antes já uma forma promissora de melhor apresentação de dados. Mas de acordo com as regras SUCCESS ainda há espaço para melhorias.
Em um passo futuro, vamos ver como este gráfico básico e compatível com o SUCCESS pode ser desenvolvido gradualmente, acrescentando alguns novos recursos a fim de cumprir ainda melhor as necessidades de informação, como a transparência, legibilidade e alta densidade de informação.